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CLERÍGO

Nada acontece em Arton sem o toque dos deuses. Quase todos os grandes momentos da história artoniana encontram reflexo em algum conflito ou estratagema divino: desde a Revolta dos Três até a queda de Lenórienn, a ascensão do Paladino e o surgimento da Flecha de Fogo, deuses transformam o destino do mundo. Os grandes representantes dos deuses na terra, seus arautos e servos em suas tramas celestiais, são os clérigos.
Clérigos são sacerdotes cuja devoção é tão poderosa que os torna capazes de realizar milagres. De início são pequenas bênçãos, curas e pragas. Mas, à medida que um clérigo se torna mais experiente e digno, seus poderes se tornam assunto de lendas. Clérigos veteranos podem invocar anjos e demônios, comandar os elementos e até mesmo erguer os mortos.
Apenas uma minoria de sacerdotes chega a desenvolver mesmo os mais singelos milagres. Em geral, o pároco ou madre de uma aldeia será apenas um líder espiritual, sem nenhum poder transcendente. O verdadeiro clérigo aventureiro é um escolhido dos deuses, alguém especial mesmo num mundo cheio de criaturas fantásticas e acontecimentos inacreditáveis.
Afinal, ter a capacidade de curar ou ferir com um toque é ter domínio sobre a vida e a morte. A aparência e os maneirismos dos clérigos são extremamente variados. O clérigo “padrão” é devotado a divindades como Valkaria, a Deusa da Humanidade; Khalmyr, o Deus da Justiça, ou Lena, a Deusa da Vida. São sacerdotes confiáveis e benevolentes que têm entre suas atribuições celebrar batismos, casamentos, funerais e outros ritos do cotidiano. Contudo, clérigos de deuses mais exóticos como Tenebra, a Deusa das Trevas; Arsenal, o Deus da Guerra, ou Aharadak, o Deus da Tormenta, são estranhos, sinistros e ameaçadores. Seus ritos são misteriosos e poucos plebeus desejam sua bênção.
Um clérigo de Marah pode passar a vida ajudando órfãos carentes, enquanto um clérigo de Sszzaas pode liderar um culto obscuro que realiza sacrifícios! Embora muitos clérigos tenham seu rebanho e comandem um templo, a maioria dos clérigos aventureiros não tem residência fixa. Eles viajam em missões sagradas, sendo os agentes terrenos da vontade divina e combatendo servos de deuses inimigos. Alguns nem mesmo estão inseridos numa hierarquia eclesiástica: são profetas que atingiram a iluminação sozinhos e não respondem a nenhuma autoridade além do próprio deus. A relação entre padroeiros e devotos não é sempre de subserviência total — muitas vezes os deuses são desafiados e até vencidos.
Além de realizar milagres, clérigos são treinados no uso de armaduras e escudos. A vocação divina raramente é pacífica ou tranquila. Sempre há fiéis a proteger, inimigos da fé e hereges a serem combatidos. E mesmo as missões mais mundanas e banais podem esconder algum desígnio no infinito plano das divindades.