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BARBÁRO

Arton não é civilizado. Mesmo com reinos, grandes cidades e política intrincada, este mundo possui vastas extensões de terra não mapeadas, onde nenhum nobre, soldado ou autoridade jamais pisou. Em grandes florestas escuras, em vastas cordilheiras aterrorizantes, em pradarias indomadas e ilhas remotas, Arton é governado pela força, pela selvageria, pela coragem e pela honra. É o território dos bárbaros.
O bárbaro é um herói primitivo que ignora ou descarta as frivolidades da civilização. Um combatente terrível, o bárbaro luta por instinto, confiando menos em técnica e mais em puro frenesi de batalha.
Em momentos de grande perigo, ou apenas frente a algo que desperte seu ódio, o bárbaro é tomado por uma fúria guerreira, ficando cego para tudo que não seja o combate e sendo imbuído de força e resistência animalescas.
Bárbaros não se sentem confortáveis com todas as restrições da civilização. As paredes altas de um castelo parecem prisões, as ruas lotadas das cidades parecem labirintos fedorentos. Seu conhecimento é adquirido em forma de histórias e lições passadas oralmente por seus ancestrais, ou aprendido com observação do mundo natural.
Podem ser apenas brutamontes monossilábicos, sem talento para nada além da violência. Contudo, também podem ser expoentes de culturas tão ricas e sábias quanto a “civilização”, bravos que rejeitam fingimentos e mentiras em favor da honestidade e simplicidade dos ermos. E mesmo aqueles que mal sabem falar muitas vezes são dotados de uma ingenuidade e bondade tocantes, tendo crescido num mundo em que família e amigos valem mais que ouro.
As Montanhas Uivantes produzem bárbaros do gelo, acostumados a condições adversas, que bebem leite de mamute e seguem um código de honra estrito. Os Ermos Púrpuras produzem bárbaros das florestas, um povo ancestral e independente que se viu cada vez mais acuado enquanto suas terras foram roubadas por forasteiros.
As Montanhas Sanguinárias produzem bárbaros que enfrentam monstros desde a infância e muitas vezes criam vínculos com essas criaturas. Também há bárbaros em todas as regiões ermas e remotas, além de habitantes das cidades que rejeitam a civilização e se entregam à selvageria, tornando-se bárbaros por escolha própria.
Bárbaros não costumam usar armaduras pesadas e empunham armas rústicas e brutais, como tacapes e machados. Contudo, o que os define não é seu equipamento, mas seu anseio pela liberdade. Sua sede de sangue é enorme, mas sua lealdade é maior ainda. Livre de amarras, feroz, digno, honesto e forte, o bárbaro simboliza o passado selvagem e inspirador de Arton.